sexta-feira, 4 de maio de 2012




 

 Judas e o vaqueiro

É pra você que não conhece
A ponte de Pirangy
Ali onde passa o trem
No vai e vem todo tempo
E por baixo passa as águas
Empurradas pelo vento
Saiba que perto dali
Rodeado de palmeiras
Existe um acampamento
Que acolhe muita gente
Vindo do Brasil inteiro
Ali dorme todo mundo
De pedinte a fazendeiro
E agora há pouco tempo
Foi de mudança pra lá
Esperar Jesus voltar
O nosso eterno vaqueiro
Ele se mudou pra lá
Por causa da traição
De uma falsa mulher
Que lhe fazendo promessas
E jurando todo amor...
Entregou nosso vaqueiro
Ao ex-marido assassino
Que mesmo já separado
Não podia imaginar
Aquela que um dia fora
A sua grande paixão
Está agora de mãos
Com um vaqueiro a dançar
E tendo por vocação
A herança da traição
Que ele herdara há milênios
De um homem que com um beijo na face
Iria mudar pra sempre
A história da humanidade.
Judas recebeu moedas de prata pelo
Beijo que foi dado,
A ela ele mostrou a faca
Que o vaqueiro foi furado.
Judas sentindo remorso
Suicidou-se enforcado
Ela anda por aí procurando
Outro vaqueiro para esperar
O dia que o marido assassino
Da prisão for libertado...
Na memória vou guardar
Pra o resto da minha vida
Pra eu sempre me lembrar
Dessa triste despedida
E enquanto existir vaqueiro,
Aboio,chapéu, gibão, um velho par de botinas,
As festas de apartação
Vou me lembrar dessa história
Para que eu nunca caia
Nessa mesma traição.
E agora olho pra trás
Com  pouco de passado
E ainda vejo o vaqueiro
No alazão montado
Dizendo até logo
Amigo você sabe
Que minha sina
É viver tocando gado...

Essa é para sandrinho o nosso eterno vaqueiro!
Saudades, meu pequeno grande maigo!


Silvio Romero Barbosa Leite