Judas
e o vaqueiro
É pra você que não
conhece
A ponte de Pirangy
Ali onde passa o trem
No vai e vem todo
tempo
E por baixo passa as
águas
Empurradas pelo vento
Saiba que perto dali
Rodeado de palmeiras
Existe um acampamento
Que acolhe muita
gente
Vindo do Brasil
inteiro
Ali dorme todo mundo
De pedinte a
fazendeiro
E agora há pouco
tempo
Foi de mudança pra lá
Esperar Jesus voltar
O nosso eterno
vaqueiro
Ele se mudou pra lá
Por causa da traição
De uma falsa mulher
Que lhe fazendo
promessas
E jurando todo amor...
Entregou nosso
vaqueiro
Ao ex-marido
assassino
Que mesmo já separado
Não podia imaginar
Aquela que um dia
fora
A sua grande paixão
Está agora de mãos
Com um vaqueiro a
dançar
E tendo por vocação
A herança da traição
Que ele herdara há
milênios
De um homem que com
um beijo na face
Iria mudar pra sempre
A história da
humanidade.
Judas recebeu moedas
de prata pelo
Beijo que foi dado,
A ela ele mostrou a
faca
Que o vaqueiro foi
furado.
Judas sentindo
remorso
Suicidou-se enforcado
Ela anda por aí
procurando
Outro vaqueiro para
esperar
O dia que o marido
assassino
Da prisão for
libertado...
Na memória vou
guardar
Pra o resto da minha
vida
Pra eu sempre me
lembrar
Dessa triste
despedida
E enquanto existir
vaqueiro,
Aboio,chapéu, gibão,
um velho par de botinas,
As festas de
apartação
Vou me lembrar dessa
história
Para que eu nunca
caia
Nessa mesma traição.
E agora olho pra trás
Com pouco de passado
E ainda vejo o
vaqueiro
No alazão montado
Dizendo até logo
Amigo você sabe
Que minha sina
É viver tocando gado...
Essa é para sandrinho
o nosso eterno vaqueiro!
Saudades, meu pequeno grande maigo!
Silvio Romero Barbosa
Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário