quarta-feira, 25 de março de 2015


PEDRO BOLA E O RIQUINHO

No mundo sempre existiu
A riqueza e a pobreza
Vamos ver a diferença
Ao colocar-se a mesa
O rico come caviar
O pobre come sardinha
O pobre chupa pitomba
O rico degusta pinha
O rico come peru
O pobre come galinha
E sempre acompanhado
De um punhado de farinha
E vejam só mais uma estória,
A vida do Pedro bola
Que era bem pobrezinha
Mas tinha na sua vida
Um coleguinha Riquinho
Coitado do Pedro bola
Sempre dormia no chão
E seu colega Riquinho
Tinha cama com colchão
Coitado do Pedro bola
O pai era agricultor
E seu colega Riquinho
Tinha o pai doutor
Coitado do Pedro bola
Na mesa não tinha nada
E seu colega Riquinho
Sempre tinha a mesa farta
Coitado do Pedro bola
Usava roupas rasgadas
E seu colega Riquinho
Sempre novas e engomadas
Agora preste atenção
No que eu vou lhe falar
Como as coisas acontecem
Assim meio devagar
E vai mudando de repente
O que era conclusão
Se tornou concepção
Com o crescimento da gente
Um dia um pobre velho
Fraquinho foi ao chão
Dava pena só de ver
foi de cortar coração
Na hora ia passando
Um pobre agricultor
Que o colocou nos braços
E lhe levou pro doutor
Chegando no hospital
Veja que decepção
O doutor olhou pra ele
E foi logo lhe dizendo
Só com dinheiro na mão
O agricultor pegou o velho
De novo botou nos braços
E levou pra sua casa
Quase morreu de cansaço
A sua casa era longe
A cinco léguas dali
Mas em nenhum momento
O pobre agricultor pensava em desistir
Chegando lá, sua velha
Do bom velhinho cuidou
Deu-lhe banho deu comida
Até sua roupa trocou
Agora que eu lhe contei
Essa pequena estória
Que bem poderia ser
Passada com um da gente
Eu peço que pense bem
E depois você responda
Quem é pobre realmente
Pedro bola o coitadinho
Filho do agricultor
Ou o colega Riquinho
Que tinha o pai doutor.

Silvio Romero Barbosa Leite

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