quinta-feira, 5 de março de 2020

41 ANOS ATRÁS

O velho portão de ferro
mais lembrava uma porteira
lado esquerdo de quem entra
plantação de macaxeira
logo ao lado direito
o campo de futebol
onde depois da escola
menino jogava bola
pipa a linha e cerol
bem ao lado do campo
uma plantação de cana
de açúcar bem docinha
parecida com caiana
da entrada donde tinha
aquele portão bem velho
acompanhavam-nos coqueiros
sendo verdes ou amarelos
até a entrada do prédio
e la dentro quase no centro
meio pro lado direito
tinha um enorme jambeiro
imponente, folhas largas e verdes
e grandes e suculentos jambos vermelhos
numa forma quadrilatera
nasceram diretoria, secretaria
refeitório e a cantina
com cheiro de bolo cabano
e a velha fratelyvita
como se passam os anos...
Salas de aula rodeadas por coqueiros
bem perto uma bomba d'água
chuveirão de água salobras
banhava a meninada
ainda tinha num caminho
que dava pra avenida
a casa do diretor guardando sua família
de um lado mais coqueiros
ficava de frente pro campo
e do outro um lindo tamarindeiro
azedinho, meio doce
chegava travar nos dentes
deixando a boca dormente
e logo ali bem por trás
da casa beirando o muro
da rua do esconde nego
que só depois deu virar gente
se tornou Visconde Negro.
E seguindo aquele muro
pés de manga, espada, rosa
e manguito, tinha enormes cajueiros,
graviolas e oitizeiros.
E bem em meio as mangueiras
uma nave espacial
eu falo da caixa d'água
na mente de uma criança
tudo vira brincadeira...
Na frente do dormitório
que com o passar dos anos
se tornou marcenaria
por trás enorme galpão
a grande lavanderia
rodeados por jaqueiras
azeitonas e pitombeiras.
Bem ali foi minha infância
tempo que não volta mais
sem concelho tutelar
levando sova dos pais
com lama preta nas pernas
de correr pelo SENAI...
O meu pai ( Sebastião Leite da Silva) foi funcionário do "SENAI" durante 45 anos e nunca faltou um dia de trabalho.
hoje já falecidos o meu pai e o SENAI.

SÍLVIO ROMERO BARBOSA LEITE

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